terça-feira, 22 de março de 2011

Comprou seu FiveFinger? Leia a matéria de Sérgio Rocha, da Revista Contra o Relógio, com as recomendações!

Sérgio Rocha, Editor da Revista Contra o relógio é viciado em correr há mais de 10 anos. Além de ser editor de arte da revista, também atua como repórter da CR para justificar seu vício.

Em 16 de março de 2011, o repórter publicou uma matéria com o seguinte título: Comprou um FiveFingers? Legal, agora vá com calma! Seguem abaixo algumas dicas muito importantes do especialista:

“CAUTELA. No entanto, devo alertar a todos que querem experimentar os VFF, para sejam cautelosos. Como a técnica de corrida é diferente da que a maioria das pessoas estão acostumadas a usar, o estímulo neuro-muscular também é diferente. O maior desafio de correr com os Five Fingers é a postura correta da corrida e de ter paciencia com a transição.

TÉCNICA. Assim como quando corremos descalços deve-se primeiro pousar com o médio-pé para aí então, colocar o calcanhar no chão e prosseguir para a próxima passada. Tente realizar o primeiro contato com o chão logo abaixo do seu centro de gravidade, de forma com que seus joelhos fiquem ligeiramente flexionado durante esse estágio. Na transição, procure tirar os pés do chão, ao invés de se empurrar com os dedos dos pés. É algo parecido com o que nós todos fazemos quando ficamos correndo no mesmo lugar.
Dica: Eu recomendo correr pequenas distâncias, algo entre 100 a 200 metros completamente descalços para ver como nosso corpo se porta e observar como é natural não usar o calcanhar no primeiro estágio da pisada. Após ver como a técnica funciona, calce o VFF para uma primeira corrida-teste.

OUÇA O CORPO. Mais do que nunca a máxima de que devemos “ouvir o corpo” deve ser aplicada ao uso do VFF. Sua primeira corrida com o calçado não deve passar de 400 metros, com velocidade bem leve. No segundo dia deve-se avaliar como seu corpo reagiu e reavaliar a distância.  Tente sempre observar sua postura e no caso de sentir dores, tente identificar sua origem. Em caso de dor nos tendões, principalmente no de aquiles, é caso de parar imediatamente e voltar a correr só no próximo dia.  Às vezes é necessário conviver com algumas dores musculares no início, mas não abuse para não “pagar” no futuro.

CADÊNCIA. Para evitar que se fique “pulando” enquanto corre, o ideal é manter um número alto na cadência de passadas, pelo menos 180 passos por minuto (ou 90 por perna). Isso faz com que a corrida seja mais eficiente e econômica do ponto de vista de gasto energético. Para ficar mais fácil, conte os passos de apenas um de seus pés por 30 segundos, se der igual ou mais que 45, você está no caminho certo.

TRAVESSEIRO. Deve-se procurar correr da forma mais “leve” possível – como se tivesse correndo em cima de travesseiros. Quando o corredor atinge com perfeição a técnica “descalça”, o VFF não faz barulho, assim como quando corremos descalços. Lembre-se também de deixar os ombros sempre relaxados.




TRANSIÇÃO. Vá aumentando gradualmente a distância conforme perceber que sua musculatura está “em ordem”. Esse período é de intensa obsevação de como suas panturrilha e tendões estão evoluindo com o novo estímulo. Não faça loucuras, como correr 10 km no primeiro dia, ou na segunda ou mesmo na terceira semana. Vá devagar, começando com pequenas distâncias, até se sentir seguro para aumentar cada vez mais um pouco. Lembre sempre de parar quando sentir dores mais fortes, agudas ou persistentes. O período de adaptação, até que se consiga correr na mesma velocidade e como o mesmo volume de quilometragem varia de pessoa para pessoa, mas pode chegar a 6 meses. Muitos especialistas em corrida descalças dizem para que o corredor espere pelo menos um ano para participar de forma competitiva de corridas.

LESÕES. Apesar de muitos defensores da corrida descalça falarem que tem menos lesões do que os corredores “calçados”, ninguém está imune a elas. As lesões mais comuns são fraturas no metatarso (por bater os pés com força demais no chão) e a “Dor no topo do pé” (uma espécie de pontada no peito do pé – eu já tive), que em geral é associada ao aumento de volume de quilometragem sem critérios ou paciência. Na maioria das vezes, os que se queixam de lesões são os corredores na fase de transição – é muito raro ouvir falar de corredores descalços mais experientes que tenham se lesionado por algum desses motivos.

BENEFÍCIOS PARA TODOS. Mesmo que você não queira largar o seus tênis de corrida, os VFF podem ser uma boa forma de fortalecer seus pés e estimular, de forma mais abrangente, a musculatura das pernas e dos pés. Faça a transição nos dias de treino leve, e de pequenas distâncias, como um trote de 6 km, por exemplo. Você pode substituir o tênis pelos VFF no último km e aumentar gradualmente até se sentir seguro para fazer o treino completo com eles.

Meu conselho para quem está começando com os VFF é simples: tenha calma e paciência, que os resultados virão com o tempo.”

Sérgio Rocha, repórter da Revista Contra o Relógio.

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